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terça-feira, 19 de julho de 2011

Menopausa

Os anos de mudança da mulher
    O SOL raiava suavemente através das cortinas semi-abertas. Fora, um pássaro cantava alegremente. Era sem dúvida uma belíssima manhã. De certo modo, porém, para aquela mulher, ainda na cama, essa manhã parecia diferente. Ela contemplava o teto, com olhar tristonho. Por alguma razão inexplicável, sentia vontade de chorar. Ela ouviu os passos do marido, que vinha assobiando pelo corredor. Mas, até isso parecia dar nos nervos dela.“Está na hora de levantar”, disse ele alegremente. Não obtendo resposta, aproximou-se da cama e, sorrindo, puxou um pouco o cobertor. “Vamos, querida, está na hora de levantar.” Subitamente, ela sentou-se na cama e gritou iradamente: “Deixe-me em paz! Deixe-me em paz!” Antes que o surpreso marido se desse conta do que se passava, ela deitou de novo e mergulhou o rosto no travesseiro, chorando como se o seu mundo tivesse desabado.
A Menopausa
Essa mulher atravessava um dos dias difíceis da sua menopausa. Em geral, as coisas não são tão drásticas assim, mas, quando são, a família toda é afetada. O marido não sabe o que fazer; os filhos talvez fiquem abalados. Contudo, é a mãe que passa pela situação aflitiva.
O Que São?
São a época em que cessa o ciclo mensal ou menstrual da mulher, e com isso sua capacidade de gerar filhos. Isso se reflete na palavra “menopausa”, derivada de palavras gregas que significam “mês” e “cessação”.
O Que Não São?
Os “anos de mudança” não são o começo da velhice. A velhice nos invade paulatinamente. Aos 25 anos apenas, a nossa excelente tonicidade muscular começa a deteriorar. Aos 30 anos, começamos a perder tecido muscular e ósseo, e nosso cabelo talvez comece a branquear. Esses processos continuam através da menopausa e podem ser acelerados por ela, mas não são causados por ela. E a verdadeira velhice ainda está muitos anos à frente de uma mulher de 40 ou 50 anos que passa pela menopausa.
Ademais, a menopausa não é doença, embora às vezes seus sintomas possam fazer com que pareça tal.
O Que a Ocasiona?
O corpo se ajusta a uma nova situação. Na puberdade o corpo da moça começa a produzir hormônios que estimulam seus ovários a suprir óvulos em base regular.
Durante os “anos de mudança” ocorre o contrário. O corpo deixa de produzir os hormônios, e o suprimento de óvulos escasseia. Um dos hormônios envolvidos é o estrogênio. Se o suprimento de estrogênio pára gradativamente, a menopausa pode ser fácil. Se diminui rapidamente, a menopausa usualmente será mais difícil.
Quando Começa?
Para a maioria das mulheres, pode começar algum tempo entre as idades de 45 e 55 anos. Poucas passam por ela antes dos 40, e menos ainda passam por ela mais tarde do que a média, talvez mesmo em seus 60. Menopausa precoce pode resultar de coisas tais como cirurgia ou má saúde de modo geral.
Usualmente, um aviso de coisas por vir é dado por meio da irregularidade no período mensal. Em algumas, esse se torna cada vez mais irregular até que a menstruação cessa completamente. Em outras, pode tornar-se mais freqüente do que o normal, ou períodos fracos e fortes se podem alternar na época, conduzindo à cessação completa da menstruação.
Como Afeta as Mulheres?
A dra. Perlmutter diz: “A maioria das com problemas mais sérios pode obter ajuda do médico.” Quais são alguns desses “problemas mais sérios”?
Um problema comum são as ondas de calor. Têm sido descritas como súbita sensação de calor que invade a parte superior do corpo. O rosto talvez se enrubesça, e às vezes pode seguir-se profusa transpiração. As ondas de calor podem acometer freqüentemente — até dezenas de vezes por dia. Pode durar apenas cerca de um segundo, ou se prolongar por minutos. À noite, a vítima pode acordar molhada de transpiração.Ninguém sabe ao certo a causa física das ondas de calor.
Outros sintomas que podem ou não ser sentidos incluem a insônia e a fadiga repentina. Dormência, tonteira, náusea, palpitações, e dores nas costas são também mencionadas, assim como dores no peito, dor de cabeça de tensão, e sequidão e irritação vaginal. É essa uma assustadora lista de sintomas? Bem, console-se. A maioria das mulheres sente apenas alguns deles, se é que sente algum. E mesmo se você sentir problemas sérios, usualmente existem modos de obter alívio.
Que Dizer da Depressão?
Sim, algumas mulheres ficam um tanto deprimidas durante os “anos de mudança”. Talvez chorem sem motivo algum. Ou, talvez seus maridos e filhos, a quem amavam profundamente no dia anterior, subitamente se tornam antipáticos e irritantes. Ou ainda, uma mulher normalmente bem-organizada talvez se torne temporariamente esquecediça e desorganizada. Ou talvez tenha inexplicáveis sentimentos de pânico.
Se você sentir algo parecido com isso, lembre-se de que nem tudo está só na mente. Em geral há uma razão biológica para isso. Assim, não pense que está perdendo o controle de si mesma. Dê tempo ao tempo. Tais sintomas, embora talvez frustradores e desanimadores, são em geral passageiros. Acalme-se, e o que você sente passará!
Se o marido notar que a depressão de sua esposa parece prolongar-se demais, ou que vem acompanhada de sintomas preocupantes, tais como perda do amor próprio ou idéias suicidas seria sábio de sua parte incentivá-la a procurar ajuda profissional. Às vezes a menopausa pode desencadear uma depressão com raízes em algum outro problema na vida da mulher.
Quando e por que acontece
Hereditariedade, doenças, estresse, medicações e cirurgias podem influir na ocorrência da menopausa.
No nascimento, os ovários da mulher já contêm todos os óvulos que ela terá pelo resto da vida, várias centenas de milhares. Durante cada ciclo menstrual, de 20 a 1.000 óvulos amadurecem. Daí um, ou às vezes mais de um, é liberado do ovário e fica disponível para fecundação. Os demais óvulos maduros se desintegram. Também, junto com o processo de maturação de óvulos, os níveis dos hormônios estrogênio e progesterona regularmente aumentam e diminuem.
À medida que a mulher chega aos 40, os níveis de estrogênio e de progesterona começam a baixar, gradual ou irregularmente, e a liberação de óvulo talvez não mais ocorra a cada ciclo. Os períodos menstruais ficam menos regulares, em geral ocorrendo a intervalos maiores; o fluxo menstrual muda de padrão, tornando-se mais escasso ou mais abundante. Por fim nenhum óvulo é liberado e os períodos menstruais terminam.
A época da menopausa muitas vezes coincide com outras circunstâncias estressantes na vida da mulher, tais como cuidar de pais idosos, entrar no mercado de trabalho, ver os filhos crescer e sair de casa e outros ajustes da meia-idade. Essas tensões podem provocar sintomas físicos e emocionais, como perda de memória, dificuldade de se concentrar, ansiedade, irritabilidade e depressão, que podem erroneamente ser atribuídos à menopausa.
Um estágio na vida
A menopausa não é o fim da vida produtiva da mulher — é apenas o fim de sua vida reprodutiva. Depois de seu último período menstrual, seu estado de espírito em geral é mais estável, sem as oscilações resultantes de ciclos hormonais mensais.

Membros da família podem ajudar
A mulher na menopausa precisa de compreensão emocional e de ajuda prática. O marido compreensivo reconhece também que, na menopausa, a esposa nem sempre poderá manter o mesmo ritmo. De modo que procurará tomar a iniciativa em ajudar nos deveres da família, talvez cuidando da lavagem da roupa, compra de alimentos, e assim por diante. Compassivamente, ele colocará as necessidades da esposa acima das suas próprias. (Filipenses 2:4) Poderá sugerir comer fora de vez em quando, ou de outra maneira quebrar agradavelmente a rotina diária. Evitará ao máximo os desacordos, e apoiará os empenhos dela em manter bons hábitos de alimentação.
Acima de tudo, o marido cuidará de atender à necessidade da esposa de ter certeza de seu contínuo amor por ela. Deve ser discernidor e reconhecer que esse não é um período para implicar com ela a respeito de coisas pessoais (arrumação, por exemplo). O marido que trata sua esposa de maneira amorosa segue a admoestação bíblica de ‘morar com ela segundo o conhecimento, atribuindo-lhe honra como a parte feminina’. — 1 Pedro 3:7.
Também os filhos devem fazer um genuíno esforço de entender a razão das oscilações emocionais de sua mãe. Precisam reconhecer a necessidade que ela tem de momentos de privacidade. Mostrar sensibilidade ao estado de ânimo da mãe é uma reanimadora mensagem de que eles realmente se importam com ela. Por outro lado, gracejar (zombar) a respeito da natureza imprevisível da mãe apenas agravará a situação. Faça perguntas apropriadas para entender melhor o que está acontecendo, e ajude nos afazeres domésticos sem precisar ser solicitado. Estas são apenas algumas das maneiras de dar apoio à mãe neste estágio da vida dela.


Texto baseado nas Revistas Despertai! de 8 de outubro de 1983 e 
Despertai! de 22 de Fevereiro de 1995




* Imagens: Google






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